Mentiroso patológico: saiba o que é, como identificar e tratar

Em algum momento, você já se deparou com pessoas que parecem criar um mundo surreal nas histórias que contam? Ou já se deixou levar por mentiras tão bem enredadas que, quando descobriu que era uma farsa, até se sentiu ingênuo por acreditar? Se isso aconteceu, você pode ter se deparado com um mentiroso patológico.

A mitomania é uma doença real, não é apenas justificativa para mau-caratismo. Quem tem esse problema mente impulsivamente, sem pensar no porquê ou para quê enganar os outros. Vamos falar mais sobre esse tema? Leia o que vem a seguir!

Mitomania: a compulsão pela mentira

O mentiroso patológico é aquele que mente por compulsão. Trata-se de um problema psicológico conhecido como mitomania, também chamado de mentira obsessivo-compulsiva. Pessoas com essa desordem não têm um nível adequado de consciência, chegam a perder a dimensão da realidade e tendem a misturar fantasia e fatos da vida real — em suas histórias e em sua própria mente.

Ao contrário dos sociopatas, o mentiroso patológico nem sempre tem a intenção de manipular o seu interlocutor ou tirar alguma vantagem com as histórias que inventa. Na maioria dos casos, ele é guiado apenas pela necessidade de mentir, sem esperar nenhuma recompensa externa.

Assim como não querem se beneficiar com suas mentiras, os mitomaníacos também parecem não se incomodar com a possibilidade de serem desmascarados. É como se os sentimentos de culpa e vergonha não fizessem parte de seu repertório emocional.

A mente humana é extremamente complexa e entender a origem psicológica da mitomania ainda é o objetivo de muitos especialistas e estudiosos da área. Até o momento, existem apenas teorias sobre o que existe por trás desse problema.

O que se sabe, até agora, é que a mentira obsessivo-compulsiva está muito mais associada à impulsividade do que a um comportamento planejado e calculista. Percebe-se, também, que pessoas com certos transtornos de personalidade têm mais propensão para apresentar sinais de mitomania, como nos casos de:

  • Transtornos de Personalidade Borderline;
  • Sociopatia — ou Transtorno de Personalidade Antissocial;
  • Transtorno de Personalidade Narcisista;
  • Transtorno Opositivo-Desafiador e Transtorno de Conduta — os quais são identificados na infância e adolescência.

Os traços do mentiroso patológico

Existem certas formas de identificar quando alguém conta uma mentira. É possível perceber alterações, principalmente na linguagem não-verbal do indivíduo. Alguns exemplos de atenção que se deve ter para identificar um mentiroso são:

  • olhar atentamente para as expressões faciais da pessoa;
  • observar movimentos do corpo que indiquem ansiedade, como mãos agitadas;
  • perceber mudanças repentinas no tom de voz;
  • reparar se o indivíduo é capaz de sustentar o contato visual e quais são os sinais que ele transmite com o olhar.

Contudo, essas técnicas de leitura do movimento corporal nem sempre têm efeito quando se trata de analisar um mentiroso patológico, pelo simples fato de que muitos mitomaníacos não demonstram reações emocionais como a maioria das pessoas mentalmente saudáveis. Da mesma forma, eles podem ser desprovidos de empatia e, por isso, não se importam nem um pouco com os sentimentos alheios e com as consequências de suas mentiras.

O tratamento mais indicado

O mentiroso patológico nem sempre é dissimulado, ele pode apenas tentar simular o seu eu idealizado por meio de suas mentiras. Tal conduta pode ser reflexo de baixa autoestima, falta de autoconfiança e sentimento de desvalia. Caso essa seja a origem do problema, o ato de mentir pode trazer alívio para as batalhas internas do indivíduo.

A psicoterapia é o melhor caminho para que o mitomaníaco encontre seu verdadeiro eu e aprenda a lidar com ele. Mas o profissional precisa estar atento a todos os sinais emitidos pelo paciente, sobretudo os não verbais, pois a mentira somente ganha sentido diante de um receptor.

Do ponto de vista psicanalítico, especialmente, é preciso cuidar para que os sentimentos de resistência e transferência não tomem conta da sessão. O profissional precisa estar muito bem preparado para não cair na teia do mentiroso patológico.

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Entenda o que é pulsão para a psicanálise

Sabe aquela vontade incontrolável de se doar inteiramente à realização de um projeto? Já se surpreendeu em como podemos passar horas focados em uma tarefa que gostamos muito? A pulsão, para Freud, é exatamente isso. Essa exigência por algo, esse impulso que nos movimenta em direção àquilo que queremos.

Para compreendermos o conceito de pulsão, é preciso mergulhar mais profundamente na teoria freudiana e entender como ele percebe esse motor que nos impulsiona ao longo do nosso desenvolvimento.

Ficou curioso e quer saber um pouco mais sobre o tema? Confira, a seguir, o que é pulsão e como ela permeia nossa relação com o mundo!

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